quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sapiência andina

"-Atipaj, pouco antes de você chegar, eu meditava sobre as inúmeras gradações da natureza, inclusive entre os homens. Os mais afoitos olham a vida e notam apenas coisas bem separadas, distintas; apressadamente, classificam tudo. É uma forma de aprender. O problema está quando as pessoas acreditam que conhecem tudo e afastam seus olhares, orgulhosas de haverem dominado os desígnios de Viracocha¹. Ah! Meu jovem sacerdote, como são pobres essas almas! São primitivas, neste vasto reino. (...)Existem fios muito tênues ligando tudo na vida. O isolamento, a separação nítida que alguns vêem, não é mais do que uma ilusão, ou uma oclusão. Não vemos além ou aquém da nossa compreensão, por isso nem todos são sensíveis a essas ligações sutis que encadeiam a natureza. Observe os astros: estão tão distantes, parecem mesmo inatingíveis, mas eles influenciam o movimento da natureza na terra e, conforme os solstícios, tudo se modifica. O corpo das mulheres e as marés obedecdem às luas. O que existe na terra e as ligações são infinitas."

¹Deus supremo das religiões andinas. O criador, pai e mãe do sol e da lua - VARGAS, 2005.

Trecho retirado da obra A Virgem do Sol - segundo livro da trilogia Os Quatro Cantos do Mundo: Tahuantinsuyo, de José Antônio, psicografada por Ana Cristina Vargas.

Paz, luz e sabedoria!
Amanda.

Um comentário:

  1. Que blog gostoso!Parabéns!

    Vem conhecer o meu:
    leiakarine.blogspot.com

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