terça-feira, 26 de maio de 2015

Coisas óbvias: o mercado do amor

Sabendo que o ser humano se alimenta de amor, ora externo, ora interno (amor próprio), o capitalismo - muito (!) comovido - aproveitou-se da ideologia e criou o amor platônico, idealista, sonhador e, impossível.
Sendo o ser naturalmente 'animal' social e coletivo, a busca pela satisfação conjugal complementa sua tendência - lógica - reprodutiva.
Então, o capital, sabedor da incansável busca do amor perfeito pelo homem e pela mulher, criou estratégias que simplesmente se englobam a tudo que nos é oferecido via mercado.
A pessoa, em sua (nova) desilusão, buscará uma fuga. É a tendência.
Tal fuga apresentar-se-á nos alimentos (que aparentemente saciam a tristeza mas que, na verdade geram mais e mais tristezas, envolvendo consequentemente então, a busca pelo corpo ideal (perdido?)...
Também no mercado encontramos os livros - os famosos best-sellers auto-ajudas dotados de uma psicologia comprada, também, pelo capital. Somado à eles, temos os psiquiatras - profissionais altamente qualificados para diagnosticar tendências e, assim, prescrever (comercializar) medicamentos anti-depressivos que, ah! Como estes 'alimentam' a lógica capitalista do amor frustrado!! 
Livros, consultas, comidas, remédios, masturbadores...E, os sonhos! Sonhos estes muitas vezes constituídos de comprar/financiar um apartamento no período em que a paixão é rotulada pelo ser humano como 'amor' ("...pra vida toda!")
Pois então tem-se um teto. E aí falta caracterizá-lo com um tantão de elementos essencialmente condutores da lógica capitalista no cotidiano/rotina do casal que, mais para frente...na desilusão, não entenderá, se auto-flagelará do "porquê se investiu tanto numa relação que não deu certo...!"
Enfim, são tantos combustíveis. E não apenas materiais. Porque o que alimenta o ser humano são as paixões humanas (como o ódio, o egoísmo, o medo, a esperança etc) que, vinculadas a tudo dito acima, poupa o esforço da difusão ideológica do 'amor capitalista' e 'enraíza' cultural/psicologicamente na personalidade da sociedade, a eterna busca do amor...

A. A. G.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

ARMADILHAS DO EGO


"Se você acha que é mais “espiritual” andar de bicicleta ou usar transporte público para se locomover, tudo bem, mas se você julgar qualquer outra pessoa que dirige um carro, então você está preso em uma armadilha do ego. Se você acha que é mais “espiritual” não ver televisão porque mexe com o seu cérebro, tudo bem, mas se julgar aqueles que ainda assistem, então você está preso em uma armadilha do ego. Se você acha que é mais “espiritual” evitar saber de fofocas ou noticias da mídia , mas se encontra julgando aqueles que leem essas coisas, então você está preso em uma armadilha do ego. Se você acha que é mais “espiritual” fazer Yoga, se tornar vegano, comprar só comidas orgânicas, comprar cristais, praticar reiki, meditar, usar roupas “hippies”, visitar templos e ler livros sobre iluminação espiritual, mas julgar qualquer pessoa que não faça isso, então você está preso em uma armadilha do ego. Sempre esteja consciente ao se sentir superior. A noção de que você é superior é a maior indicação de que você está em uma armadilha egóica. O ego adora entrar pela porta de trás. Ele vai pegar uma ideia nobre, como começar yoga e, então, distorce-la para servir o seu objetivo ao fazer você se sentir superior aos outros; você começará a menosprezar aqueles que não estão seguindo o seu “caminho espiritual certo”. Superioridade, julgamento e condenação. Essas são armadilhas do ego."
Autor: Mooji