quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dois mil e onze...

E há tempos... ... ...
"Compositor de destinos... Tempo, tempo, tempo, tempo" ...sempre manipulando e direcionando. O tempo mudou? Mudou-se? Ñ, foi mudado. O tempo que o homem faz, constrói e, assim, SE destrói.
Mas que tempo?!!


ANO NOVO

Meia-noite. Fim
de um ano, início
de outro. Olho o céu:
nenhum indício.

Olho o céu:
o abismo vence o
olhar. O mesmo
espantoso silêncio
da Via-Láctea feito
um ectoplasma
sobre a minha cabeça
nada ali indica
que um ano novo começa.

E não começa
nem no céu nem no chão
do planeta:
começa no coração.

Começa como a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho
estelar
que sonha
(e luta).
Ferreira Gullar
Do livro: Barulhos, José Olympio, 1987, RJ
Que 2011 traga-nos bons, calmos, amorosos, pacíficos e equilibrados
tempos.
Amanda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário